Enquanto a Câmara Municipal aprovava o Estatuto da Bicicleta, o uso deste meio de transporte foi o principal tema da noite
O Instituto La Salle foi palco, na noite do dia 14/04, do 1º Seminário sobre Mobilidade Urbana Sustentável de Niterói. O evento, que é realizado pela Niterói Transporte e Trânsito (Nittrans), com o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, reuniu em seu primeiro dia mais de 300 pessoas interessadas no tema. Entre elas, profissionais, empresários e membros da administração pública.
O Seminário foi aberto pelo presidente da Niterói Transporte e Trânsito (Nittrans), Sergio Marcolini, que falou sobre o tema “Trânsito de Desenvolvimento Orientado – TOD”. Segundo Marcolini, trata-se de uma estratégia que incentiva o uso, entre outras formas, do transporte não motorizado e do transporte público.
“A gente não resolve o problema do trânsito só abrindo espaço para o automóvel. O TOD procura estabelecer um equilíbrio entre espaço na cidade e os demais veículos, tentando priorizar o transporte público e o não motorizado", afirmou o presidente da Nittrans.
Marcolini aproveitou a abertura do evento para informar aos presentes sobre a aprovação, na Câmara Municipal de Niterói, do projeto de lei que institui o Estatuto da Bicicleta na cidade. O presidente da Nittrans elogiou o projeto, que fora apresentado pelo atual secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, deputado Felipe Peixoto, quando ainda era vereador da cidade. Peixoto está programado para palestrar no evento nesta noite, 15/04, quando explicará sua proposta.
O secretário de Estado de Transportes em exercício, Sebastião Rodrigues, falou da luta do governo para incentivar o uso da bicicleta. De acordo com ele, é preciso primeiro desenvolver uma cultura para transformar a bicicleta em meio de transporte. Com esse objetivo foi criado o projeto Rio Estado da Bicicleta, que foi apresentado por Mauro Tavares, seu coordenador.
De acordo com Tavares, o projeto é uma parceira entre o Estado e os Municípios. Em Niterói, o trecho compreendido seria de 7,3Km, da Praça Leoni Ramos até o Colégio Henrique Lage. O conceito é o acesso à linha 3 do metrô, além das ligações entre a UFF, as barcas, os estaleiros, áreas comerciais e o Terminal Rodoviário.
O coordenador do Programa Bicicleta Brasil, do Ministério das Cidades, Claudio de Oliveira da Silva, também esteve presente.
“A bicicleta é um elemento da cidade. As pessoas acham bonitinho, mas não tem coragem de usar a bicicleta como meio de transporte. A gente precisa de um novo projeto de cidade”, afirmou Silva.
O representante do Ministério das Cidades falou também que no PAC-2 Mobilidade Grandes Cidades eles receberam 67 projetos, em que 70% contemplam o uso da ciclovia e da ciclofaixa. Segundo ele, é preciso ter objetivo.
“Para além do Seminário, a gente precisa ter ação. Todo mundo pode fazer alguma coisa”, concluiu Silva.
Divulgados resultados de pesquisa sobre uso da bicicleta na cidade
Durante o Seminário foram apresentados os resultados da pesquisa realizada pela Nittrans, sobre o uso da bicicleta como meio de transporte e seus benefícios.
1.454 pessoas responderam. Entre elas, 78,25% possuem bicicleta. Entre os que não possuem, 86,35% dizem não ter por falta de ciclovia ou bicicletários. Quando a pergunta foi com qual frequência usam a bicicleta, 40,70% disseram geralmente; 15,44% sempre e 5,07% nunca. Já 67% disseram que participariam de um evento ciclístico. 77,85% concordam que a bicicleta é um transporte eficiente. 95,65% acharam ótima a ideia da implantação de ciclovias ou bicicletários na cidade.
O objetivo da pesquisa foi identificar os diversos usos da bicicleta, como: usar para trabalhar, estudar e lazer. De acordo com o estudo, as pessoas consideram que a bicicleta pode ser utilizada para realizar qualquer atividade.
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