segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Creative City Perspectives ganha versão em português



Livro digital, concebido e organizado por Ana Carla Fonseca, expert mundial no tema cidades criativas, é a primeira publicação sobre o tema no país
Publicado com a colaboração voluntária de 18 especialistas em economia e cidades criativas de 13 países diferentes, o livro digital Creative City Perspectives, editadoem2009 pela Garimpo de Soluções, será disponibilizado agora em português, com adaptação concebidapara o leitor brasileiro. A publicação é organizada por Ana Carla Fonseca, especialista internacional em economia criativa e autora da primeira tese de doutorado sobre cidades criativas.

Esta é a primeira obra brasileira sobre o tema e traz uma análise comparativa internacional sobre cidades criativas. A publicação apresenta um manancial de ideias e reflexões sobre o que constitui a essência de uma cidade criativa e como melhor aproveitá-la. As experiências descritas são as próprias cidades, espalhadas pelo mundo, de Taiwan à Noruega, da África do Sul aos Estados Unidos. O conteúdo do livro poderá ser acessado gratuitamente pelo site www.garimpodesolucoes.com.br, a partir de 10 de setembro.

Indicado a um público diverso, como arquitetos, planejadores urbanos, economistas, sociólogos e agentes culturais, Cidades Criativas - Perspectivas,título da obra em português, é uma compilação de textos de autores referenciais de um leque de países: África do Sul, Brasil, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Israel, Itália, Noruega, Portugal e Taiwan. Participam do livro outros dois brasileiros, além de Ana Carla Fonseca: André Urani, diretor executivo do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS) e ex-secretário municipal de trabalho no Rio de Janeiro e o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, por conta de sua vasta experiência como governador e prefeito de Curitiba. Entre os autores internacionais estão nomes da envergadura de John Howkins (tido como “pai da economia criativa”), Charles Landry (referência mundial em cidades criativas), Anamaria Wills, diretora executiva da Creative Industries Development Agency (CIDA), e Jorge Melguizo (Colômbia), ex-secretário de desenvolvimento social de Medellín.

Independentemente da escala, do contexto socioeconômico e da história da cidade, há características que sempre despontam e cujas semelhanças podem ser observadas no exemplo dado por cada pensador.

A análise comparativa permitiu à organizadora identificar três características básicas das cidades criativas: Inovações -- cidades que estão em permanente estado de mudança, levando-se em conta não apenas a tecnologia, mas soluções inteligentes e práticas para problemas cotidianos --; Conexões -- noção de cidade sistêmica, com conexões entre áreas da cidade, parcerias entre setores público e privado para melhorias, ligação com a história do espaço e noção de local e global, entre outras --; e Cultura, que não significa somente o conjunto de ações no circuito das artes, mas também os setores da moda, gastronomia, design e arquitetura, que criam cadeias multiplicadoras de criatividade na economia e no espaço urbano e geram um ambiente mais favorável à inovação.

Particularidades da versão brasileira
A realização da edição em português exigiu a busca de parceiros que estivessem sintonizados na mesma frequência de criatividade que o livro trazia. A partir desse propósito, a obra obteve a parceria da SPTuris -- Caio Luiz de Carvalho, presidente do órgão, também assina um dos prefácios do livro -- e o patrocínio do Sebrae, o que motivou Ana Carla Fonseca a desenvolver um capítulo especial destinado às oportunidades que uma cidade criativa franqueia às pequenas empresas e aos talentos individuais. Contou também com a colaboração voluntária da REPENSE, agência responsável pela criação visual do livro, e com a parceria do Santander, banco que vem se destacando pelo envolvimento com projetos como Empreendedores Criativos e Chamada Criativa.

No Brasil, ao longo do último ano, em especial, surgiram projetos e programas de envergadura e pioneirismo, como Criaticidades – cidades criativas do Brasil, voltado ao reconhecimento das singularidades criativas dos pequenos municípios brasileiros e dos bairros das cidades de maior porte, que chegará ao público a partir do final de 2011. “O momento não poderia ser mais oportuno (para o lançamento da obra em português). Nos últimos poucos anos, as cidades têm despertado debates e engendrado soluções para obstáculos que antes pareciam intransponíveis”, afirma a organizadora, no prefácio da edição brasileira.

Segundo Ana Carla, ainda não foi feito um mapeamento das cidades criativas do mundo. Tem-se uma noção de quais sejam ou não, mas a ideia não é que somente grandes metrópoles sejam assim consideradas, mas também cidades pequenas. “Um exemplo é Guaramiranga, cidade de 5 mil habitantes a 100km de Fortaleza. Londres também é vista como cidade criativa. São Paulo tem todos os requisitos – uma efervescência de inovações e uma presença cultural estonteante -, mas peca em algumas conexões, em especial a que se refere à mobilidade”, conclui.

“Por meio de suas tribos, seus talentos e seus “heróis” empreendedores, ora anônimos, foi que surgiram na metrópole lugares como a Vila Madalena, a nova Augusta, o Mercadão, os vários museus e centros culturais, e eventos como a Virada Cultural, as Bienais, a Mostra Internacional de Cinema, a Fashion Week, a Parada Gay e tantos outros”, afirma Caio Luiz de Carvalho. Uma cidade criativa une várias ferramentas e cria uma política para o desenvolvimento, utilizando os setores culturais e criativos. Esse conceito, que começa a vingar e a se espalhar mundo afora, passa a ser difundido também na capital paulista, centro econômico do Brasil e onde existe um caldeirão efervescente de cultura, diversidade e criatividade.

Serviço
Lançamento do livro Cidades Criativas: Perspectivas
Disponível no site www.garimpodesolucoes.com.br, a partir de 10 de setembro

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