quinta-feira, 4 de agosto de 2011

UFF: um passo a caminho da acessibilidade


A comunidade acadêmica do Campus do Gragoatá, o maior e mais movimentado campus da UFF, em Niterói, vai ganhar, em breve, um caminho acessível. Depois de uma longa ”batalha”, as reivindicações das pessoas com deficiência, encabeçadas pelo Sensibiliza começam a ser atendidas.

 A construção do caminho acessível, com orçamento previsto em torno de R$ 900 mil, começou na primeira semana de junho, e a previsão é de que seja entregue a comunidade acadêmica até o final do ano.  
A obra no Gragoatá é mais um passo para adaptar a universidade ao Decreto n° 5.296, de 2004 (que exige a acessibilidade a prédios públicos) e à norma NBR 9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); interligando as unidades do campus com a Biblioteca Central, áreas de lazer, cultura e serviços, além de integrar com as obras em andamento.

Obras a todo vapor


O caminho do Gragoatá é um importante passo na construção da acessibilidade na UFF. O pedido do projeto foi encaminhado pela Coordenação do NAIS–UFF á Superintendência de Engenharia e Projetos, vindo de encontro à uma solicitação da, então diretora do Instituto de Letras, professora Lívia Reis, para que fossem construídas “passarelas” ligando o estacionamento, então existente, à entrada dos blocos B e C.


O projeto foi elaborado pelas arquitetas Maria Helena Gomes e Luciana Velasco, arquiteta responsável e desenhista do projeto, respectivamente. Segundo elas, ”o maior desafio, foi conseguir idealizar o trajeto, de modo que os usuários fizessem o menor percurso possível”.

Os tradicionais paralelepípedos - inimigo das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, estão sendo removidos, e em seu lugar está sendo construída uma pavimentação de concreto com piso podotátil. Terá rampa de acesso às calçadas, na entrada dos prédios, no restaurante universitário (o famoso bandejão). Também serão colocados balizadores para impedir que os carros estacionem sobre o local. A Faculdade de Educação Física inicialmente não será beneficiada.

Para Maria Helena, “a universidade vai precisar fazer um esforço de conscientização, porque a maioria das pessoas não sabe o que é acessibilidade”. Além disso, ainda existe muita falta de respeito em relação ao direito de ir e vir dos deficientes. A idéia é que a Prefeitura do Campus promova uma campanha educativa, logo após o término da construção do caminho acessível, com ampla distribuição de folhetos, instalação de placas que sinalizem a proibição da passagem de motos ou bicicletas, para evitar que o local seja utilizando como ciclovia, e para que os carros andem pelo campus com velocidade reduzida.

Além disso, e o mais importante: espera-se a manutenção do caminho, para que a aparente “solução”, daqui alguns anos, não se torne um problema.O Gragoatá só poderá ser considerado, de fato, um campus acessível, quando adaptar internamente todos os seus prédios.

Outros caminhos

Os outros campi, as unidades isoladas e os pólos do interior do Estado do Rio, também vão ter que se adaptar. O Campus do Valonguinho encontra-se em fase de anteprojeto e o prazo de conclusão é setembro de 2011.

O que ainda não está adaptado no Campus da Praia Vermelha, passa por uma fase de estudo preliminar. Estão sendo aguardadas algumas informações fundamentais para o trabalho como projetos arquitetônicos e urbanísticos de entorno de todas as edificações em aprovação de prefeitura, conclusão da base cartográfica com todos os prédios implantados corretamente e definição de alguns projetos (Via Orla, Via Litorânea).

         
A situação das unidades isoladas é a seguinte:

O prédio da EDUFF, ainda em fase de acabamento possui rampas, plataforma, elevadores e banheiros adaptados.

Na Faculdade de Direito, o prédio principal possui rampa de acesso para o hall do primeiro pavimento e elevador para o subsolo, além de um único banheiro adaptado. O segundo andar, por se tratar de um edifício antigo e de interesse de preservação, requer um estudo mais complexo para solucionar a questão. Quanto ao imóvel dos fundos, o acesso se restringe a um elevador e um banheiro adaptado.

A Faculdade de Economia, conhecida por suas escadarias, só possui rampa, plataforma e um simples banheiro adaptado.
O Iacs, que vai ganhar, em breve, novas instalações no Gragoatá, a acessibilidade é zero. A Escola de Arquitetura, que deveria ser um modelo de referência, ainda é, inacreditavelmente, um dos lugares mais inacessíveis da UFF.

Na Faculdade de Veterinária, o prédio do hospital veterinário permite o acesso através de elevador e banheiro adaptado. As demais instalações apresentam rampa para o primeiro pavimento e banheiro adaptado. Já o segundo andar não é acessível.

A Faculdade de Farmácia está instalando um elevador externo à fachada, além de uma rampa de acesso à entrada principal.

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