quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Bajofondo encerra Niterói Encontro com América do Sul na Praia de Icaraí


Da Argentina para o mundo, o grupo de tango eletrônico Bajofondo é a grande atração deste sábado (26/12), no encerramento do Niterói Encontro com América do Sul. No show, a partir das 19h30, na Praia de  Icaraí, o grupo vai apresentar os sucessos de seu último álbum, “Mar Dulce”. O Disco foi gravado em tempo real, com todos os integrantes tocando juntos no estúdio, como se fosse um grupo de rock ou de jazz, um processo radicalmente diferente do utilizado no primeiro CD. O álbum é um reflexo da mutação que ocorreu na banda. Atualmente apenas 20% do som é programado e 80% tocado. “Mar Dulce” representa um novo saldo qualitativo na evolução do Bajofondo. A banda ficou ainda mais conhecida no Brasil por ter executado a trilha de abertura da novela “A Favorita”, da Rede Globo.

O álbum foi gravado em Buenos Aires, Montevidéu, Los Angeles, Nova York, Tóquio e Madri. A multiplicidade de locações reflete o atrativo cosmopolita do grupo, bem como a eclética lista de convidados, que inclui o extraordinário cantor e compositor britânico Elvis Costello, a rapper espanhola Mala Rodríguez, a cantora canadense de origem portuguesa Nelly Furtado, o virtuoso bandoneonista japonês Ryota Komatsu. Além de uma série de artistas sul-americanos, cujas origens percorrem todo o arco que vai da tradição à vanguarda. Entre os uruguaios, participam desde a grande Lágrima Rios, o guitarrista Toto Méndez, o duo eletrônico Omar e o vocalista Fernando Santullo. Entre os argentinos, Gustavo Cerati e Juan Subirá.

Embora pioneiro no que se conhece em todo mundo por “tango eletrônico”, os integrantes do Bajofondo não consideram que esta definição seja a mais apropriada para sua música. Gustavo Santaolalla concebeu este projeto há cinco anos, junto com Juan Campodónico, com a idéia de reunir um coletivo de artistas argentinos e uruguaios dedicados a criar uma “música contemporânea do Rio da Prata”. O projeto, que recebeu o nome de Bajofondo Tango Club, inicialmente foi uma aliança de produtores, músicos e cantores que tomou forma no estúdio de gravação. Com o passar do tempo e das múltiplas turnês, esse grupo de artistas, com destacadas trajetórias individuais, foi convertendo-se numa autêntica banda. E as performances ao vivo causaram sensação em todo o mundo. E à medida que a música do Bajofondo cresce, evolui e se expande, a denominação “tango eletrônico” se torna cada vez mais insuficiente.

Gustavo Santaolalla explica:

- Nós não gostamos do rótulo porque não consideramos o que fazemos nem tango, nem eletrônica. Se querem fazer uma música que represente o som atual de lugares como Buenos Aires e Montevidéu – pelo menos pra nós –, obviamente gêneros como o tango, a murga (banda de músicos ambulantes), a milonga e o candombe vão estar presentes, porque fazem parte do mapa genético-musical desse lugar do mundo. Mas também fazem parte deste contexto os 40 anos de rock argentino e uruguaio, o hip-hop e a eletrônica – disse.

Se no começo as músicas eram combinações de programações e samplers com instrumentos acústicos e elétricos, o Bajofondo converteu-se numa banda onde praticamente tudo é interpretado ao vivo, com uma porcentagem mínima de seqüências e programações. Atualmente, o grupo tem oito integrantes, sendo sete músicos e uma VJ, que dispara imagens em tempo real junto com a música. Conseqüentemente, com a expansão musical do grupo, que começou a integrar também elementos do folclore latino-americano em suas apresentações, ao lançar um novo álbum, eles decidiram prescindir do “Tango Club” e abreviar seu nome para Bajofondo. A mudança na denominação, de impacto imediato, é o fiel reflexo do caminho seguido pela música do grupo.

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