quinta-feira, 14 de maio de 2009

Região Oceânica: o IPTU chega, mas o asfalto não

Ao contrário do asfalto e do calçamento das ruas, os carnês de IPTU chegam religiosamente aos moradores da Região Oceânica. A falta de urbanização da área, uma das mais nobres da cidade, contrasta com os valores do tributo municipal pagos por quem vive nos bairros de Itaipu, Maravista, Engenho do Mato e Peixoto (pequena localidade a menos de um quilômetro de Itacoatiara). A queixa dos moradores parece ser tão antiga quanto insolúvel. É o que mostra o GLOBO-Niterói desta semana (se você é assinante, clique aqui para ler a íntegra da reportagem).

A aposentada Sandra Maria Esteves, de 56 anos, mora em Itaipu, e reza toda vez que começa a garoar. Diz que já parou de contar quantas vezes viu seu mobiliário ir por água abaixo, apesar dos R$ 58 que ela desembolsa mensalmente para quitar o IPTU. A foto acima, tirada pelo genro de Sandra, Cristiano Lima, mostra um desses dias que a aposentada prefere esquecer.


— Eu já perdi tudo muitas vezes. Desisti de decorar a casa como eu gosto, comprar móveis bonitos. Hoje, meu armário é de alvenaria, e minha cama foi doada por um parente. A gente não aguenta mais ver nossa casa inteira debaixo d'água. Basta chover que a rua vira um rio e invade todos os cômodos — desabafou Sandra.

Entre os compromissos firmados após tomar posse, o prefeito, Jorge Roberto da Silveira, prometeu asfaltar três ruas por mês até o fim do seu mandato. Parte dos habitantes da Região Oceânica dizem não ter observado melhorias nesse sentido, passados cinco meses do novo governo municipal. A buraqueira e as enchentes são comuns, principalmente, nas vias transversais à Francisco da Cruz Nunes, de Piratininga a Itacoatiara.

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