Concentração em frente à reitoria da UFF, às 9h30
Vamos pular a cerca, dando visibilidade à tragédia do "AVC" - Acidente Vascular Cerebral!
É a doença que mais mata no Brasil. Por ano, morrem 250 mil pessoas no país e um número incalculável sobrevive, mas fica com sequelas. É como se tivéssemos um "tsunami" por ano ou um tufão, como aquele do Haiti.
Coordenado pelo psiquiatra Daniel Chutorianscy, também vitimado pela doença, o Grupo AVC- Pulando a Cerca, em Niterói, tem como objetivo superar obstáculos e dar visibilidade às vítimas do AVC. Atualmente, está promovendo uma campanha junto à sociedade brasileira, em favor da saúde e da cidadania.
Muitas mortes e sequelas poderiam ser evitadas, com medidas simples.
O AVC- Acidente Vascular cerebral ou "derrame" é uma interrupção do circuito cerebral. O AVC pode ser hemorrágico (10%) ou isquêmico (90%).
Quase toda a população pode ser vítima da doença: crianças, adolescentes, adultos e idosos, de ambos os sexos. As estatísticas apontam um crescimento maior entre mulheres e adolescentes.
Como prevenir e curar
1) Campanhas informativas nacionais, nos meios de comunicação de massa
2) Disponibilizar os medicamentos adequados, nos grandes hospitais, emergências públicas e particulares: o Trombolítico Alteplase (remédio protocolado no SUS, portanto existe no mercado brasileiro), se for ministrado até quatro horas após o AVC, tem eficácia de 60% no AVC isquêmico. As perdas sociais para o país, para as famílias e para os indivíduos têm um custo infinitamente maior do que o preço desses medicamentos.
3) Equipamentos adequados nos hospitais
4) Tratamento com fonoaudiologia, fisioterapia e clínica médica
5) Formação de grupos, nas unidade de saúde pública, para pacientes avecerizados e seus familiares, a exemplo dos grupos de hipertensos, diabéticos e AIDS.
6) Leis de proteção: a exemplo do que acontece com os portadores de câncer, AIDS e outras patologias, o paciente portador de AVC deveria ter direito a isenção de imposto de renda, dentre outros benefícios.
Preconceito e invisibilidade, numa sociedade doente
A vítima do AVC, quando sobrevive, continua lúcida, apesar das sequelas. Infelizmente, a sociedade brasileira está "avecerizada", como diz o dr. Daniel. Segundo ele, toda a população está ameaçada pela doença.
Dentre as causas diretas, cita " as indústrias do fumo, do álcool, os alimentos com agrotóxicos". No Brasil, um dos maiores consumidores de agrotóxicos do planeta, o médico afirma que o consumo de agrotóxicos é de quatro quilos por pessoa. Aqui são liberados venenos proibidos na Europa e nos Estados Unidos. Muitos produtos transgênicos também são suspeitos assim como o excesso de sal na alimentação caseira e industrial.
Dentre as causas sociais ele destaca o alto nível de estresse, os baixíssimos salários, a falta de saneamento. Dentre as causas clínicas, aponta o diabetes e a hipertensão.
Como perceber um princípio de AVC
São sinais da doença a perda do equilíbrio, associada à dificuldade de expressão e de articulação, embotamento, tonteira. Faça o seguinte teste: peça para a pessoa sorrir, ela não conseguirá; peça para dizer uma pequena frase, ela não conseguirá; peça para levantar os dois braços, ela também não conseguirá; peça, então, para mexer a língua, mas ela não mexerá. Nesse caso, pode ser um AVC. Corra para o hospital e exija o tratamento adequado!
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